O pioneiro do noir, cheio de mistérios


Resenha do filme Relíquia Macabra (1941)
Sob a direção de John Huston, Relíquia Macabra, de 1941, é o primeiro filme do cinema noir, tendo suas características clássicas. De acordo com Fernando Mascarello, neste estilo os protagonistas frequentemente são detetives particulares, cínicos solitários, corruptos e mercenários que revelam-se heróis durões. 


Com o primeiro filme do cinema noir, é exatamente assim. O ator Humphrey Borgat interpreta o detetive Samuel Spade, protagonista do filme. Seu parceiro, logo no começo do filme, é assassinado. Após isso, é revelado que Spade tem um caso com a esposa do falecido companheiro. Isso reforça a afirmação de que os protagonistas são cínicos solitários, pois Spade parece nem se importar com a morte do parceiro, além de ter um caso com sua mulher. No entanto, a afirmação de que os protagonistas também são heróis durões também se confirma, pois na verdade, é isso que Spade realmente é.

No primeiro e clássico filme do cinema noir, não poderia faltar a femme fatale, que segundo Mascarello, são “tão irresistíveis quanto amorais e ambíguas”. Brigid O’Shaughnessy, a mulher que aparece no início do filme para contratar Spade, se encaixa como a femme fatale do filme. Linda e misteriosa, ela faz Spade cair em seus encantos, mas não o suficiente. Desde o começo ele já percebe suas mentiras, no entanto, mesmo assim tem um affair com ela.

O filme é baseado no livro “O Falcão Maltês” de Dashiell Hammett e trata sobre uma relíquia misteriosa - um falcão coberto de ouro e com joias dentro, de valor incalculável - a qual várias pessoas estão em busca. Ao longo do filme, se percebem as características do noir, como ambientes geralmente noturnos, ruas escuras e desertas, iluminação dando ênfase nas sombras, entre outras. É um ótimo filme com enredo policial investigativo e final interessante, que desperta curiosidade em quem assiste e que, além de ser o pioneiro do noir e servir de influência para muitos outros filmes, tem um grande valor cultural.

Por Mario Felipe Maciel

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