Segundo Manuela Penafria (1999), dois filmes marcam o nascimento da prática documental: Nanook, o Esquimó (1922), de Robert Flaherty, e O Homem da Câmera (1929), de Dziga Vertov. São essas duas produções que abrem caminho para a afirmação da identidade do filme documentário e do documentarista.
Para a produção de Nanook, o Esquimó, Flaherty deslocou-se para o norte do Canadá, com o objetivo de filmar a vida do povo inuit. O personagem central desta produção é Nanook e sua família.
Vertov, por sua vez, procurou registrar em O
Homem da Câmera
a vida das pessoas, seus gestos espontâneos, suas ações e seus comportamentos.
Vertov defendia um estilo que designou de “cinema-olho”, que preconizava o
abandono da ficção, colocando ênfase nas imagens do dia-a-dia do povo
soviético. Vertov acreditava na câmera como um olho mecânico, mais perfeito e
real que o olho humano, capaz de dar a conhecer novas percepções sobre o mundo.
Em suas produções, Vertov também procurou explorar ao máximo as potencialidades
da montagem, trabalhando com uma série de efeitos, como a sobreposição de
imagens. “Para ele, o cinema-olho não é apenas uma parte vital da nossa vida; oferece-nos,
também, a possibilidade de transcender a nossa visão da vida” (PENAFRIA, 1999,
p. 44).
PENAFRIA,
Manuela. O filme documentário: história, identidade, tecnologia. Lisboa:
Edições Cosmos, 1999.
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